Custo da cesta básica reduz no primeiro mês do ano

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O ano de 2025 começou com uma pequena folga no orçamento doméstico. As compras no supermercado ficaram mais baratas no mês de janeiro, é o que aponta a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo. Segundo o levantamento, houve redução de -1,49% no custo da cesta entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025. Esse é o terceiro mês consecutivo de redução [novembro de 2024 (-0,09), dezembro de 2024 (-1,05) e janeiro de 2025 (-1,49)].
A Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos é realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, com uma parceria com a Prefeitura de Toledo. O levantamento é coordenado pela professora e doutora Crislaine Colla.
Outra informação apresentada no levantamento é o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses e do ano corrente. Segundo dados, de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, ocorreu redução acumulada de -0,24%. Isto é, a cesta básica em janeiro de 2025 (R$ 626,46) está -0,24% mais barata que o custo da cesta básica em fevereiro de 2024 (R$ 627,99).
A Pesquisa mostra que com a redução do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, esta passou de R$ 635,92 em dezembro de 2024 para R$ 626,46 em janeiro de 2025. Desta forma, o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou redução no mês de janeiro de 2025, quando seria necessário 44,61% do salário-mínimo para adquiri-la.
“A maior parte dessa redução ocorreu em razão da correção do valor do salário mínimo, que passou de R$ 1.412,00 no ano de 2024 para R$ 1.518,00 para o ano de 2025. Com isso, um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual. Tal influência é recorrente no mês de ajuste do salário mínimo”.
EVOLUÇÃO – Em fevereiro de 2024 a cesta básica custava R$ 627,99 e observou-se que em março de 2024 o custo se eleva (R$ 630,43). Nos meses de abril e maio de 2024 se observam reduções (R$ 616,29 e R$ 610,02) e os valores voltam a subir em junho de 2024 (R$ 652,68). O mês de julho e agosto de 2024 se caracterizam pela redução do custo da cesta básica (R$ 614,83 e R$ 588,94), voltando a aumentar em setembro e outubro de 2024 (R$ 615,22 e R$ 643,21). Em novembro e dezembro de 2024 (R$ 642,64 e R$ 635,92) e em janeiro de 2025 o custo da cesta básica diminuiu (R$ 626,46).
Quando a pesquisa foi iniciada no município de Toledo em abril de 2021, há 46 meses, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em janeiro de 2025, seu custo era de R$ 626,46, o que significa um aumento acumulado de 28,21%.
PRODUTOS – Quatro produtos dos 13 itens da cesta básica, apresentaram aumento do preço médio, que foram: o tomate (42,49%); o café (14,60%); a margarina (2,32%); e o óleo de soja (0,32%). Por outro lado, nove produtos contribuíram para a redução no preço médio no período: a batata (-24,77%); a farinha de trigo (-6,43%); a carne (-5,54%); o arroz (-4,94%); o feijão (-4,20%); o açúcar (-2,87); o pão francês (-2,03%); a banana (-1,57); e o leite (-1,51%).
O tomate foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 42,49%, principalmente em função do alto volume de chuvas que diminuiu a oferta e a qualidade do fruto. O café apresentou o segundo maior aumento, de 14,60%, resultante da redução da oferta mundial e a especulação do preço do grão nas bolsas. Por sua vez, a batata apresentou a maior redução no preço (-24,77%), dado a alta produtividade das colheitas, promovendo o aumento da oferta, cita a pesquisa com base nos dados do DIEESE 2025.
“A redução no preço da carne e da batata representaram o maior impacto para a redução do índice. A redução não foi maior em razão do aumento do preço do tomate. A carne foi o produto com a terceira maior redução no mês de janeiro, mas essa redução tem maior impacto em razão da carne ser responsável por cerca de 40% do valor total da cesta básica”.
VARIAÇÃO – Nos últimos 12 meses, o café acumulou aumento de 74,07%; o óleo de soja se elevou em 49,21%; a carne aumentou 16,31%; o leite aumentou 8,67%; o pão francês registrou um aumento acumulado de 2,76. Contudo, oito produtos apresentaram variação acumulada negativa nos últimos 12 meses, que seriam: a batata (-53,74%), o tomate (-27,16%); o feijão (-24,92%); o arroz (-9,87%); a margarina (-5,97%); a banana (-4,44%); o açúcar (-3,75%); e a farinha de trigo (-1,58%).
COMPARAÇÃO – Quanto à relação entre o custo da cesta básica individual de alguns municípios e capitais brasileiras, no mês de janeiro de 2025, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Recife, Pato Branco e Dois Vizinhos, cidades listas na pesquisa. O levantamento também indica que custo da cesta básica de Cascavel (R$ 645,25) foi 3% maior que o custo da cesta de Toledo (R$ 626,46). “A diferença entre o custo da cesta básica de Toledo e de Cascavel apresentou aumento em relação a dezembro, pois o custo da cesta básica de Cascavel aumentou e o de Toledo diminuiu. Assim, o custo da cesta básica de Toledo volta a ser menor que o de Cascavel”.
Da Redação
TOLEDO