Safra de trigo em Toledo tem menor área e produção mais baixa

A produção de trigo na Regional de Toledo na safra 2023/24, deve ser inferior à do ciclo anterior. O Boletim Semanal (25 de julho), elaborado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontava para uma produção de 3,61 milhões de toneladas, 1% abaixo do 3,64 milhões obtidos em 2023 no Paraná. Na Regional de Toledo, a previsão é de 30.064 toneladas na atual safra, sendo que no ciclo 22/23, a produção totalizou 45.053 toneladas.

Os números refletem a estiagem registrada durante o inverno. As colhedoras entraram no campo neste mês. De acordo com o Boletim Semanal do Deral, as áreas – consideradas mais problemáticas do Paraná – estão sendo colhidas, principalmente, aquelas que enfrentaram o maior período de estiagem no Estado.

A partir dos resultados destas áreas haverá maior confiabilidade nos números que deverão ser ajustados no levantamento a ser divulgado no dia 29 de agosto.

ATÍPICO – O técnico do Deral Paulo Oliva explica que a condição climática está bem atípica neste ano. O primeiro semestre teve uma previsão de El Niño e chuvas pontuais foram registradas. “Os seis primeiros meses foram de pouca chuva. Foi muita previsão e sem efetivar a chuva”.

De acordo com o técnico, a cultura do trigo da Regional de Toledo ocupa uma área de 10.367 hectares. “A previsão inicial era colher 30.064 toneladas, porém esse número pode ser ainda menor devido a condição climática. A colheita iniciou neste mês e segue até setembro”, justifica.

Oliva enfatiza que a Regional de Toledo representa apenas 1% da produção do estado do Paraná. Ele ainda salienta que do total da área da Regional de Toledo, 40% está localizada em São Pedro do Iguaçu. “O clima é considerado mais ameno neste município”, destaca.

Neste semestre, a previsão ainda é de estiagem. No período de janeiro a junho, o ciclo da soja foi adiantado. Além disso, o produtor optou por cultivar mais milho. Com isso, o trigo ocupou um espaço menor. De maneira geral, 50% da lavoura apresenta uma boa condição; 40% é considerada regular e 10% ruim.

Oliva relata que 5% do grão encontra-se em desenvolvimento vegetativo; 40% está em fase de floração e 6% no período de maturação. “A maior parte da produção (49%) está na etapa de frutificação e está dentro do calendário. Dificilmente, chegaremos a expectativa de colheita por conta da adversidade climática. Faltou umidade no mês de junho. Infelizmente, são diversos os fatores que impactam uma safra”.

COLHEITA – As áreas que estão sendo colhidas foram plantadas, principalmente, em meados de abril. O técnico do Deral revela que as áreas com condições boas foram cultivadas após o milho. “A safra de inverno foi praticamente a antecipação do ciclo da soja. Além disso, os produtores entraram com uma janela boa para o milho”.

Oliva menciona que as regionais com condições climáticas favoráveis ao trigo são Ponta Grossa e Guarapuava. “Houve ainda na nossa Regional o aparecimento de pragas, mas o produtor e o técnico realizaram o controle sanitário”, afirma o técnico ao recordar que a lavoura sofreu com o ataque da lagarta no começo da produção. “No ano passado, as doenças interferiram no resultado da produção na lavoura. Além disso, as altas temperaturas não foram adequadas para o trigo. Neste ano, o cenário é semelhante, pois a estiagem continua castigando o produtor”, finaliza o técnico do Deral Paulo Oliva.

Da Redação

TOLEDO

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