Produtores de tilápia devem adotar medidas com a instabilidade climática

A frente fria registrada no Paraná desde a semana passada impactou nas atividades agropecuárias e na área da piscicultura não foi diferente. Na região Oeste, as temperaturas das águas dos viveiros oscilaram entre 11ºC e 13ºC. Por isso, medidas preventivas devem ser adotadas pelos produtores, pois elas evitam a mortalidade do animal ou até mesmo que ele fique doente.

De acordo com a engenheira de pesca, extensionista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), escritório de Toledo, Dayane Lenz, a tilápia é a principal espécie comercial da região. “Um peixe de clima tropical com temperatura de preferência por volta de 28ºC. Com isso, as baixas temperaturas são um fator estressante, principalmente, em animais em ambiente de produção”.

Dayane explica que mais do que o inverno em si, frentes frias costumam ser um problema na atividade, porque a queda brusca da temperatura da água causa a diminuição da imunocompetência dos peixes. “Os animais ficam susceptíveis a infestações de parasitas, fungos ou bactérias que, normalmente, já estão presentes na água”.

A extensionista pondera que os períodos de transição entre estações são considerados críticos e, não raro, são observadas as mortalidades por ocorrências de doenças, que podem causar perdas significativas aos produtores.

PREVENÇÃO – Para diminuir o risco de enfermidades, os piscicultores podem adotar algumas medidas de prevenção. Entre elas, Dayane cita a manutenção de boa qualidade da água e o fornecimento de rações com suplementação de vitaminas, minerais, pré e probióticos, específicos para aumentar a imunidade dos animais antes do inverno.

Ela recomenda também que o produtor esteja atento à previsão do tempo, com aplicação de sal comum e evitar a realização de manejos antes da chegada de frentes frias. “Em caso de ocorrência de doenças, os produtores devem buscar orientação técnica para realização do tratamento correto”.

MANEJO ALIMENTAR – Além disso, ele deve realizar a adequação do manejo alimentar para o inverno. Desta maneira, diminuindo a frequência e a taxa de alimentação, já que o processo de digestão do alimento e absorção dos nutrientes é mais lento.

Segundo a engenheira de pesca, em temperaturas abaixo de 15°C é recomendado suspender a alimentação. “Alimentação em excesso pode levar à alta mortalidade ou mesmo diminuição da qualidade da água por sobras de ração”.

Por sua vez, com a previsão de tempo firme e leve aumento de temperatura nos próximos dias, os produtores podem adotar algumas medidas para aquecer ou mesmo não esfriar ainda mais, a água. “Por exemplo, o acionamento dos aeradores nos momentos mais quentes e ensolarados do dia com o objetivo de homogeneizar a água; fechar as entradas de água caso a temperatura da água de abastecimento seja menor do que a água do viveiro e evitar o acionamento dos aeradores no fim da madrugada em dias com previsão de geada”, menciona a engenheira de pesca.

MEDIÇÃO – Conforme Dayane, é importante lembrar que o produtor deve realizar a medição dos parâmetros de qualidade de água, principalmente, alcalinidade, compostos nitrogenados, pH, oxigênio dissolvido e temperatura.

A engenheira de pesca relata que o produtor deve medir a temperatura de água diariamente, tanto na superfície, quanto mais próximo ao fundo do viveiro. “Assim, ele consegue detectar situações de estratificação térmica, em que a temperatura da água altera em função da profundidade do viveiro, o que permite adotar as melhores medidas de manutenção da temperatura da água mais alta possível”.

Da Redação

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