Produtores de Toledo iniciam a colheita do milho

Os produtores da região de Toledo já iniciaram a colheita do milho safrinha. Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Toledo, cerca de 4% das lavouras já foram colhidas. Contudo, as condições climáticas dos últimos dias tem impedido o avanço dos trabalhos.

“Nós tivemos alguns dias sem sol e com chuviscos e é necessário esperar secar mais o milho para colher. Porém, estamos dentro do período de colheita que deve se intensificar na metade deste mês”, explica a engenheira agrônoma Jean Marie Ferrarini.

No Paraná, a colheita da segunda safra de milho 2022/23 segue tímida, mantendo 3% da área total estimada. Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuário (27/2023) a evolução foi lenta na última semana principalmente por uma situação de clima desfavorável à colheita.

Na Regional de Toledo, a área do milho 2ª safra representa 447.300 hectares com uma produtividade estimada em 6 mil/ha, cerca de 2.600.000 milhões de toneladas. Jean Marie explica que as mudanças climáticas deste final de semana não afetarão as lavouras do milho safrinha. “Como a maior parte das lavouras está na fase de pré-colheita, as baixas temperaturas desses últimos dias não causarão problemas para a cultura, a não ser que formasse uma geada muito forte, o que já prejudicaria então o trigo que está na fase de floração”, explica.

A engenheira agrônoma cita que o trigo na Regional de Toledo ocupa uma área menor com 24.700 mil hectares plantados com uma projeção de colher 74 mil toneladas. “É uma cultura que precisa de clima mais frio e seco para se desenvolver bem. Neste momento, a maior parte das lavouras está na fase de floração. A colheita só deve começar em setembro. Por enquanto são mantidas as expectativas de uma boa safra de trigo”, complementa Jean Marie.

CLIMA – E o clima mais ameno tem colaborado para o desenvolvimento das lavouras. Apesar da frente fria que avançou na região nos últimos dias, o inverno deste ano tem registrado, até o momento, temperaturas mais altas para a estação. O professor de Agrometeorologia da PUC-PR, campus Toledo, Alexandre Luis Müller, acredita que as altas temperaturas registradas nessa estação estão relacionadas ao fenômeno El Niño.

O fenômeno ocorre quando as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico ficam pelo menos 0,5°C acima da média por um longo período. Os principais impactos para o país são o aumento de risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva na região Sul.

 “Nos últimos três anos tivemos a influência do fenômeno La Niña e agora com a mudança também ocorrem algumas alterações nesta estação e nos próximos meses. Por exemplo, poderemos ter um regime de chuvas mais intensas no verão, o que é bom para o produtor que sofreu nos últimos três anos com poucas chuvas”, explica.

De olho no campo, as lavouras de milho foram beneficiadas com as condições climáticas dos últimos meses. Müller enfatiza que as condições da cultura do milho, carro-chefe da nossa região, estão favoráveis para uma boa colheita. “Alguns produtores de feijão da nossa região conseguiram colher bem. Já os produtores de trigo não veem perda nas lavouras. Ainda está muito cedo para uma análise da produtividade, contudo as expectativas são positivas”, finaliza.

Da Redação

TOLEDO

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