Produtos brasileiros com IG são destaques de evento internacional, no Paraná           

Para promover novos negócios e valorizar os produtores locais brasileiros, Curitiba recebe o V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – Origens Brasileiras entre os dias 8 e 10 de dezembro. A programação será realizada no formato híbrido, com atividades presenciais no Memorial de Curitiba e transmissão on-line em português e tradução simultânea para inglês, espanhol e francês. Entre as atividades previstas, estão a realização de painéis técnicos, oficinas, feiras, palestras e rodadas de negócios. A participação é gratuita e aberta à comunidade e as inscrições devem ser efetuadas no site do evento.

Atualmente, o Brasil conta com 99 Indicações Geográficas (IG), sendo a maioria ligada ao agronegócio, com destaque para as 14 IGs de cafés especiais. Entre os estados com mais produtos com o selo, estão Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (13) e Paraná (11). Outros cerca de 70 pedidos apoiados pelo Sebrae estão em fase de estruturação e devem ser protocolados junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) até 2024.

A analista de inovação do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht, afirma que o evento é o primeiro encontro nacional após o lançamento do Selo de Indicação Geográfica, em dezembro de 2021.

“Esse encontro facilita na aproximação entre os produtores e empresários e ainda trabalha o senso de pertencimento. Hoje, podemos afirmar que as IGs brasileiras são formadas por cerca de 98% de pequenos negócios que estão focados em colocar no mercado um produto de qualidade, controlado, que tem um registro e uma história. Isso agrega valor e é um diferencial. As IGs geram retorno para o País, com produtos únicos, e, até mesmo, com exportações e ainda podem auxiliar a criar novos mercados no exterior”, comenta.

EXPERIÊNCIA MUNDIAL – O evento terá a participação de representantes de organizações e IGs reconhecidos mundialmente. Um dos que deve contar com representantes é o Queijo Roquefort. Originado na região de Roquefort-sur-Soulzon, sul da França, o alimento é elaborado com leite de ovelha e tem séculos de história. Além disso, possui o selo de Denominação de Origem Protegida (DOP), que garante a preservação do método tradicional e da região em que é produzido.

Os produtores irão participar do painel “Controle e garantia de qualidade baseado na origem dos produtos das IGs e acompanhamento de mercado”, previsto para sexta-feira (9), a partir das 14h30.

Ainda estarão presentes, durante o evento, representantes da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), Organização Mundial da Indicações Geográficas (Origin) e os dirigentes da recém-criada Associação Brasileira de Indicações Geográficas (Abrig), entre outros.

BRASIL EM EVIDÊNCIA – Uma das IGs com representantes confirmados no encontro é a Maçã Fuji da região de São Joaquim, em Santa Catarina. A fruta conquistou o selo em agosto de 2021 por conta de fatores como o alto grau de adaptabilidade às condições locais, resultando em características diferenciadas na qualidade dos frutos, além do processo produtivo desenvolvido há cinco décadas. 

“Para nós, a participação no evento será uma grande oportunidade de conhecer novas IGs do Brasil e do mundo. Vamos trocar informações e conhecimento, abrir novas oportunidades de negócios e expor a história e a qualidade do nosso produto pela primeira vez em um evento internacional”, explica o presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Diego Nesi.

Segundo dados da Amap, a cidade de São Joaquim é responsável por 35% das maçãs produzidas no Brasil, o equivalente a cerca de 380 mil toneladas. Desse montante, 150 mil toneladas são da Maçã Fuji, cultivadas por 1.700 produtores locais certificados.

“Possuímos produtos no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além de Santa Catarina. Temos planos para expandir mais no decorrer de 2023, à medida que a Maçã Fuji de São Joaquim se torne mais conhecida”, finaliza Nesi.

REALIZAÇÃO – O evento é promovido pelo Sebrae, INPI, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ompi e a Associação Brasileira das Indicações Geográficas (Abrig), e conta com o apoio do Ministério da Economia, da Prefeitura de Curitiba e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, da Embaixada da França e do EUIPO.

CURITIBA

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