Professor paranaense ganha prêmio internacional na área de Física
O professor Mauro Luciano Baesso, do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), recebeu o prêmio sênior 2022 da IPPA, que é concedido bianualmente desde 2001.
O prêmio foi criado para reconhecer pesquisadores de destaque que foram fundamentais no desenvolvimento e evolução de técnicas e aplicações fotoacústicas, fototérmicas e outras relacionadas, que tenham forte impacto em diversas comunidades científicas da Física, Química, Biologia, Biofísica, Biomédica, Engenharias e Ciências da Saúde.
Além do prêmio de U$$ 1 mil, o pesquisador contemplado recebe um certificado com a citação apropriada. No caso de Baesso, o texto do certificado será: “por contribuições destacadas no campo da ciência fotoacústica e fototérmica, incluindo trabalhos teóricos e experimentais das técnicas de lente térmica, deflexão fototérmica e detecção fotoacústica. Pelo desenvolvimento pioneiro do método de espelho térmico e espelho fotomecânico para investigar a pressão de radiação em líquidos e as propriedades termo-ópticas de materiais. Pela aplicação de todas essas técnicas nas áreas de física, físico-química, ciência de materiais, biofísica, biomédica, farmacêutica, bioquímica, odontologia, alimentos e agrárias. Por sua notável contribuição para a formação de novos cientistas com carreiras bem sucedidas.”
O prêmio sênior da IPPA será entregue na XXI International Conference on Photoacoustic and Photothermal Phenomena (ICPPP 21), a ser realizada em Bled, Eslovênia, de 19 a 24 de junho deste ano, em uma sessão plenária especial dedicada aos premiados.
Vale destacar que o professor Gustavo Lukasievicz, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Câmpus de Medianeira, ex-aluno do grupo de fototérmica do DFI/UEM, também foi premiado. Ele receberá na mesma data e local o prêmio jovem cientista IPPA 2022.
Trabalho de equipe
Cientista premiado, Baesso se mudou de Paranacity (PR) para Maringá onde cursou a 8ª série no Colégio Duque de Caxias, ensino médio no Colégio Gastão Vidigal e o curso de Licenciatura em Física na UEM. Ex-reitor da UEM de 2014 a 2018, tem mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pós-doutorado pelo Institute of Science and Technology da University of Manchester, Inglaterra, e foi professor visitante no ETH Zuruque, Suiça. Também é professor dos programas de pós-graduação da UEM em Física e em Odontologia Integrada.
Ao ser questionado sobre o prêmio, Baesso reforçou que se trata de reconhecimento pelo trabalho de equipe desenvolvido ao longo de mais de 30 anos na UEM. Isso, desde a criação do grupo de pesquisa em ciências fototérmicas (hoje cadastrado no CNPq como “Photohermal Phenomena Laboratory”), por meio da parceria iniciada nos anos 90 com o professor Antonio Carlos Bento, e, mais tarde incorporando os professores Antonio Medina Neto, Jurandir Hillmann Rohling, Nelson Guilherme Castelli Astrath, Francielle Sato, Luis Carlos Malacarne, Vitor Santaella Zanuto e Robson Ferrari Muniz, todos doutores, do Departamento de Física da UEM, e de professores e alunos de graduação e de pós graduação de várias áreas da UEM, de outras universidades brasileiras e do exterior. Baesso reforça que todos tiveram contribuição decisiva nos trabalhos realizados que proporcionaram as referidas premiações.
IPPA
A “International Association of Photoacoustic and Photothermal Phenomena (IPPA)” foi criada há mais de 20 anos, para representar a comunidade científica que estuda a fenomenologia da iluminação com geração de calor e sua propagação na matéria. A entidade surgiu na década de 1970 do século passado, quando os fenômenos físicos descobertos em 1880 por Alexander Graham Bell (durante o desenvolvimento do telefone, chamado inicialmente de fotofone) foram utilizados para o desenvolvimento de técnicas sofisticadas para aplicações, envolvendo medidas de processos ópticos e térmicos em várias áreas da ciência.