Professores manifestam dificuldades com a falta de servidores na Escola Ecológica
Professores da Escola Municipal Ecológica Professor Ari Arcássio Gossler elaboraram uma carta pública para que a direção da instituição tome providências sobre a falta de servidores no local. Na carta, eles reforçam que a escola carrega a tradição de ser uma instituição com alto nível de qualidade, com grande histórico de inclusão educacional, mas que sofre com falta de professores no atendimento dos alunos.
A carta reforça a importância do papel desempenhado pela diretora da escola que foi eleita e que representa todos os interesses da comunidade escolar. O documento também pontua todos os esforços para melhorar o atendimento na instituição e, sobretudo, para suprir a necessidades de servidores.
“Nós temos a ciência de todos os esforços e das diversas comunicações oficiais a respeito da falta de recursos humanos que esta escola se encontra a algum tempo. Mas nós precisamos nos unir aos órgāos que precisam cumprir sua responsabilidade de monitoramento e de ações sobre os investimentos ou a falta de investimentos dos recursos, fruto dos impostos de todos nós”, cita o documento.
A carta pública traz a informação de que os servidores da instituição têm conhecimento da Ata nº 11/2021 da Smed, de 20 de agosto de 2021, em que a então Secretária de Educação indica para a Equipe Gestora e Conselho Escolar que gerenciasse a falta de professores regentes de turma retirando professores de outras funções, que se tem duplo financiamento (matrícula) escolar ou de outras disciplinas, que fazem parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Segundo o documento, tudo sob a justificativa de impedimento pela Lei 173/2020 e por não se tratar de vagas reais.
“Mas, o que é falta real de profissionais? Porque para nós, que estamos na sala de aula com toda a diversidade de alunos e com a maior responsabilidade do trabalho do ensino, consideramos a falta real como aquela sentida dia a dia, hora a hora, minuto a minuto daquele que tem uma razão de existência profissional na escola”, relata o documento.
FALTA DE SERVIDORES – Os professores da Escola Ecológica manifestaram na carta que sentem a falta dos professores retirados da escola para cedências, sem que houvesse a reposição de todos eles. “A falta dos professores que se aposentam e que demoram para serem repostos, a falta dos que estão em Licença Maternidade e demoram meses para serem repostos, a falta dos que precisam fazer cirurgias e demoram para serem repostos”.
Também sentem a falta de todos os profissionais de apoio especializado que não tiveram durante os últimos anos para os alunos, público-alvo da Educação Especial. A carta pública ainda traz que os professores têm ciência do papel da direção da escola e do intenso trabalho para ajudar nas situações imediatas das faltas, mas os servidores enfatizam que “não podemos mais ficar amenizando situações de falta que não são nossas responsabilidades”.
DEMANDAS – O documento foi apresentado a direção da Escola Ecológica dias após a audiência pública de prestação de contas da Educação, realizada em 18 de fevereiro. “Nesta audiência a Escola Ecológica foi citada pelas inúmeras cobranças que fiz na Secretaria sobre a falta de servidores. Fui representando a minha comunidade escolar e citei as reinvindicações que estão oficiadas, as demandas da escola e da situação que a instituição se encontra. Meu dever de cobrar a secretária assim como eu sou cobrada pela minha comunidade escolar”, comenta a direta da escola Christianne Fatima Lomeu.
Ela pontua que a escola continua com o mesmo quadro de servidores que iniciou o ano letivo. Com relação as novas contratações feitas pela Secretaria de Educação a diretora conta que a Escola Ecológica, até a tarde de quinta-feira (16), não foi contemplada com a chegada de nenhum servidor novo. “A Educação Infantil está sem professor de educação física e sem dois professores regentes. Neste caso, a psicopedagoga cobre, a direção também para buscar atender aos alunos, mas o que mais pesa é o atendimento das crianças da Educação Especial”.
PENDÊNCIAS – Além dos três professores regentes, a escola necessita de 13 Professores de Apoio a Diversidade e Inclusão (Padis) e duas cozinheiras. Christianne esclarece que já foi enviado documento à Secretaria de Educação sobre essa necessidade. “Temos uma sala com duas crianças com Síndrome de Down que estão com o mesmo estagiário do ano passado”.
Além das dificuldades em sala de aula, a Escola Ecológica ainda enfrenta a falta de servidor para atuar na cozinha. A diretora conta que atualmente uma mulher da área de serviços gerais faz o trabalho de cozinheira.
“Nossa escola tem o direito a três cozinheiras, mas estamos sem nenhuma. Uma servidora se aposentou no final de 2019; veio a pandemia e a escola ficou fechada. No retorno em 2021 veio uma cozinheira do Processo Seletivo Simplificado (PSS) mas o contrato encerrou no final do ano e estamos na expectativa da contratação deste servidor. Hoje os professores, equipe pedagógica e administrativa auxiliam na cozinha. Se tivermos ao menos duas servidoras contratadas para essa função já ajuda muito. Não estamos pedindo muito. A nossa preocupação é o atendimento à criança. Os gestores precisam ter um olhar diferenciado para a Educação”, finaliza Christianne.
CONTRATAÇÃO – A secretária de Educação Elisângela Batista comenta que a pasta recebeu a Carta Pública do professores da Municipal Ecológica Professor Ari Arcássio Gossler com as demandas de servidores na instituição. Elisângela afirma que o Município enviou durante esse ano alguns servidores para a escola e aguarda o processo de tramitação de novos servidores, tanto de professores, cozinheiras e serviços gerais.
“Enviamos este ano oito professores. No momento faltam dois no período vespertino. O processo de contratação acaba sendo um pouco demorado devido a tramitação da documentação. Mas já está em andamento”, cita a secretária. Ela acredita que o Município conseguirá completar o quadro de servidores da Escola Ecológica ainda no primeiro semestre. “Em algumas instituições já fechamos o quadro de servidores. Na educação pública como em todos os setores ocorrem imprevistos; um servidor pede exoneração e o prazo para fazer uma nova contratação não é rápido. Mas estamos trabalhando para completar o quadro de funcionários das nossas escolas”, finaliza Elisângela.
Da Redação
TOLEDO