Redução no custo da cesta básica é superior a 4%

O custo da cesta básica reduziu – 4,21% entre os meses de julho e de agosto, de acordo com a pesquisa promovida pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo e a Prefeitura Municipal.

O resultado demonstra uma redução no índice pelo segundo mês consecutivo. Outra informação apresentada é o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses. De acordo com a coordenadora do projeto Pesquisa sobre a Cesta Básica de Toledo Profª. Drª. Crislaine Colla, o aumento acumulado da cesta é de 3,59%. O índice do ano corrente apresenta queda de 3,2%.

PREÇO MÉDIO – Dos 13 itens da cesta básica apresentados nota-se que sete produtos apresentaram aumento do preço médio: a banana (10,29%); o café (5,76%); o pão francês (5,40%); o óleo de soja (5,24%); a margarina (4,54%); o feijão (1,63%) e a carne (0,96%). Por sua vez, seis produtos apresentaram redução no preço médio no período: a batata (-38,26%); o tomate (-29,98%); a farinha de trigo (-8,19%); o arroz (-0,70%); o leite (-0,43%) e, por último, o açúcar (-0,41%).

Conforme Crislaine, a banana foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 10,29%, principalmente em função das questões climáticas, que reduziram a oferta do produto. “O café foi o produto que apresentou o segundo maior aumento (5,76%) e está relacionado à oferta restrita de grão no Vietnã, o aumento do preço internacional, a desvalorização do real em relação ao dólar e as oscilações no volume da colheita devido às mudanças climáticas”.

Por sua vez, a batata apresentou a maior redução no preço (-38,26%), que ocorreu devido ao avanço da colheita, que aumentou a oferta e provocou retração dos preços no varejo. “O outro produto com a segunda maior redução é o tomate (-29,98%), pois houve maior oferta do produto, devido ao calor, ocasionando a redução dos preços no varejo”, menciona a professora.

Crislaine enfatiza que diante da variação total da cesta básica individual para o mês de agosto de 2024, que foi de -4,21%, a redução no preço da batata e do tomate representaram o maior impacto para a redução do índice. “A redução só não foi maior em razão do aumento do custo da banana e do pão francês”.

A coordenadora da pesquisa relata que os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a batata (74,78%); o arroz (29,64%); o café (20,53%); o leite (16,36%); a banana (16,32%); o pão francês (13,31%); o óleo de soja (10,87%); o feijão (6,00%) e a carne aumentou 4,34% nos últimos 12 meses.

A pesquisa mostra que quatro produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam: o tomate (-47,06%); a margarina (-10,81%); a farinha de trigo (-7,26%) e o açúcar que reduziu -2,44% nos últimos 12 meses.

Quando se observa a variação acumulada em 2024, ou seja, de janeiro a agosto, os produtos que apresentaram aumento nos preços foram: o leite (21,77%); o café (19,12%); a banana (8,64%); a carne (7,77%); o pão francês (6,69%) e o arroz (1,29%). Dos 13 produtos analisados, sete apresentaram redução no ano de 2024, que são: o tomate (-43,71%); a batata (-28,54%); o feijão (-22,71%); a margarina (-9,51%); o açúcar (-8,09%); a farinha de trigo (-2,88%) e o óleo de soja (-0,56%).

CUSTO – O índice acumulado de janeiro a agosto deste ano registrou uma redução de -3,22 no valor da cesta, ou seja, a cesta básica custava R$ 608,53 em janeiro de 2024 e R$ 588,94 em agosto de 2024. Em termos de valores, a cesta básica em agosto de 2024 (R$ 588,94) está 3,59% mais cara que o custo da mesma em setembro de 2023 (R$ 568,53). “Como resultado, entre os últimos 12 meses, foram cinco meses com aumentos e sete meses com reduções no custo”, afirma Crislaine.

A professora explica que o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou redução no mês passado, quando seria necessário 45,09% do salário-mínimo para adquiri-la (comparado aos 47,07% do salário-mínimo em julho), ou seja, um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual.

Em setembro de 2023 a cesta básica custava R$ 568,53 e observou-se redução no mês de outubro do corrente ano. Em seguida, em novembro e dezembro de 2023 e em janeiro, fevereiro e março de 2024 o custo se eleva, resultando em 5 meses consecutivos de aumento. Nos meses de abril e maio de 2024 se observam reduções e os valores voltam a subir em junho de 2024. O mês de julho e agosto de 2024 se caracterizam pela redução do custo da cesta básica.

Quando a pesquisa foi iniciada no município de Toledo em abril de 2021, há 41 meses, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em agosto de 2024, seu custo é de R$ 588,94, o que significa ter sofrido aumento acumulado de 20,53%.

A professora Crislaine destaca que a pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo ocorre há 41 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa.

“Também contribui para a identificação das variações no poder de compra do consumidor. As variações ocorridas nos últimos meses e durante os anos de 2023 e 2024 retratam primeiramente um aumento no custo da cesta básica de Toledo nos primeiros meses deste, mas se observou uma redução do custo nos últimos dois meses”.

A coordenadora da pesquisa ressalta que boa parte dos produtos que apresentavam maior aumento e estavam impactando mais nos aumentos dos custos da cesta básica sofrem a influência de fatores sazonais e climáticos e outros fatores relacionados à conjuntura macroeconômica, fatores externos, cambiais, entre outros.

Da Redação

TOLEDO

IPCA – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em agosto de 2024, apresentou redução de -0,02%, enquanto em julho de 2024 apresentou aumento de 0,38%, sendo a primeira taxa negativa do ano. O IPCA acumula alta de 2,85% no ano de 2024. Nos últimos 12 meses acumula alta de 4,24%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores (IBGE, 2024). Em agosto de 2024, os grupos que apresentaram maior variação positiva para o cálculo da inflação foram os artigos de residência (0,74%) e o de educação (0,73%). Por sua vez, os grupos que apresentaram variação negativa e que impactaram para a redução do índice foram habitação (-0,51%) e o de alimentação e bebidas (-0,44%). O grupo de alimentos e bebidas, corroborando com os resultados da pesquisa da cesta básica, apresentou redução.

IPARDES – No âmbito estadual, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) divulga o índice de Preços Regional do Paraná (IPR), referente a alimentos e bebidas. Observou-se que este índice apresentou redução de -0,60% no mês de agosto de 2024. O índice acumulado dos últimos 12 meses foi de 7,40% e no ano corrente acumula alta de 5,33%.

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