Fauna silvestre é importante para o equilíbrio ambiental, afirma Tiago

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Animais silvestres em casa? Os cuidados com esses animais auxiliam a manter o equilíbrio do meio ambiente. Casos de encontro com gambás, ouriços, capivaras, serpentes ou aves, a população deve procurar o órgão responsável. A rotina do trabalhador Victor Hugo Justus Renner seguia normal no dia 9 de janeiro, quinta-feira passada. Mas, quando saía de sua residência em direção ao seu emprego, ele deparou-se com um gambá. Naquele momento, Renner pensou: “preciso do auxílio das autoridades competentes”.

Após alguns minutos, Renner teve conhecimento que o município de Toledo possui um setor responsável para fazer o resgate deste animal. Após um tempo, o animal estava resgatado e havia retornado para a natureza. “A fauna deve ser preservada e, por isso, eu tive essa atitude. Estamos em uma cidade e os animais vivem conosco. Às vezes, as pessoas acreditam que a morte deste animal pode ser a solução e é uma inverdade. Toledo possui órgãos responsáveis para realizar o resgate”, afirma.

Resgate de animais em Toledo

Os municípios, com o Estado, são os responsáveis por resgatar e atender animais silvestres feridos ou que circulem em zona urbana ou periurbana. A orientação é entrar em contato com as Secretarias Municipais do Meio Ambiente (ou órgãos similares da cidade) e passar o máximo de detalhes. Essa foi a atitude de Renner.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente possui um setor chamado Proteção Animal e um profissional atua nele. O responsável pelo resgate de animais em Toledo, Tiago Luidy Pizzato Stertz, explica que os gambás são animais presentes em diversas cidades. Eles são muito adaptados a viver na zona urbana, pois hábitos errados das pessoas relacionados à disposição do lixo fazem com que o animal tenha muito alimento. “Na primavera e verão, é comum ver as fêmeas carregando seus filhotinhos na bolsinha que têm na barriga ou sobre seu corpo”.

Ele complementa que os gambás são ativos à noite, quando circulam para buscar seu alimento. Durante o dia, podem ser vistos nos pátios ou em árvores, dormindo. “Esses animais eram resgatados pelo Instituto Água e Terra (IAT). Contudo, a legislação foi alterada e o Município ficou responsável pelo resgate da fauna. Eu, como funcionário do Município, tinha experiência com animal silvestre e, por isso, recebi o convite para atuar neste setor”.

Respeito e o resgate de animais em Toledo

De acordo com Tiago, a cada dez animais coletados na natureza, somente um sobrevive. Atualmente, existem criadores que podem repassar os animais de maneira legal. “No cotidiano, observamos que muitos animais são abandonados na natureza, o que traz preocupação”.

Por sua vez, existem aqueles que estão na natureza e o desenvolvimento da cidade trouxe mais proximidade ao centro urbano. É o caso de gambá ou ouriço. “As pessoas não precisam ter medo deles. Algumas encontram os animais em cima de árvores e mantem contato desesperadas. Exemplo: o gambá é um animal de vida livre e está a vivendo”.

O profissional explica que caso o gambá caia dentro de uma residência ou uma empresa, o cidadão precisa manter contato com a equipe para efetuar o resgate. “É recomendável que o morador não alimente animais silvestres. Essa atitude coloca a segurança do cidadão e do animal em perigo. Outra orientação é em caso de contato monitorar a saúde do animal também”.

Tiago solicita que o morador encaminhe uma imagem ou vídeo para a proteção animal quando pede o resgate. “Assim, conseguimos identificar a espécie e a localização. O cidadão não deve manter contato com o animal, pois caso ele se sinta acuado ou não tenha para onde ir, pode avançar ou morder”.

O responsável pelo resgate de animais em Toledo recapitula: caso um cidadão aviste um animal deve manter uma distância segura, monitorá-lo e entrar em contato, pois assim que possível faremos o atendimento”.

Após o resgate

Após o animal ser resgatado, quando ele está com boa saúde, é devolvido para a natureza. Tiago explica que a equipe possui diversos pontos de soltura na cidade. “São matas próximas de Toledo e em locais diferentes”.

Ele complementa que os moradores se deparam com mais animais neste momento, pois as estações primavera e verão são períodos de reproduções e de nascimentos de novos animais. “A cidade está em constante crescimento e as matas diminuindo. Por isso, eles vêm para a zona urbana por conta da facilidade em encontrar alimentos”.

Neste ano, os atendimentos são considerados altos desde o ano passado. Em alguns dias foram realizados oito resgates. “É um número elevado, porque precisamos de um tempo hábil para lidar com esses animais. Exemplo: quando recebemos a ligação para resgatar uma capivara, solicitamos o apoio da Guarda Municipal”.

A principal recomendação é não matar os animais, porque a fauna silvestre é importante. “A sociedade precisa dela! Os animais são controladores naturais de pragas, como escorpião e cobra peçonhentas. Ao ser picado por cobras Cascavel ou Coral, o gambá não sente os efeitos dos venenos. A fauna silvestre é importante!”, finaliza Tiago.

Atualmente, o setor possui um número de telefone próprio. Trata-se de (45) 99828-1232. O horário de trabalho está em processo de organização. A expectativa é a equipe do Corpo de Bombeiros auxiliar no período noturno e em feriados, assim como Guarda Municipal. Ele revela que o Município auxilia o IAT com um possível transporte. Resgate de morcegos e de abelhas não são realizadas por essa equipe. Quando trata-se de retirada de abelha a orientação é manter contato com o Corpo de Bombeiros. Já os morcegos, a recomendação é buscar por uma empresa particular para fazer a remoção ou se ele tiver caído no chão de uma residência manter contato na Vigilância Epidemiológica, pois nestes casos o animal pode estar doente.

Da Redação

TOLEDO

Para ajudar a população, o IAT preparou um guia de como proceder em casos deste tipo:

– Encontrei um animal silvestre no quintal da minha casa. O que devo fazer?

O primeiro passo é manter a calma. Não toque no animal e entre em contato com o órgão ambiental.

– Quais exemplos de animais silvestres?

A lista é longa. Alguns exemplos: arara, bem-te-vi, bugio, canário, capivara, cascavel, cervo, coruja, cutia, jabuti, jacaré, javali, macaco, paca, papagaio, sagui, tamanduá, tatu, onça, tucano e veado, entre outros.

– Qual órgão ambiental deve contatar?

Os municípios, juntamente com o Estado, são os responsáveis por resgatar e atender animais silvestres feridos ou que circulem em zona urbana ou periurbana. Então, a dica é entrar em contato com as secretarias municipais do meio ambiente (ou órgãos similares da cidade) e passar o máximo de detalhes. A partir desta triagem é que o animal será resgatado.

– Para os animais que podem transmitir doenças?

Nos casos que envolvam fauna peçonhenta, fauna relacionada com zoonoses ou que apresentem especial relevância para a saúde pública, recomenda-se acionar a Secretaria de Saúde da cidade, uma vez que a coleta, identificação, transporte e destinação deste tipo de fauna compete ao sistema local.

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