‘Respirando’ Libras: quando a comunidade escolar rompe barreiras e eleva a inclusão social

A comunicação pode ocorrer sem nenhum som. Para os surdos é preciso usar as mãos, já para quem escuta também é necessário usar o coração. A Escola Municipal Antônio Scain fez um convite especial para a comunidade prestigiar o arraiá da escola. O vídeo tem como personagens principais alunos que participam do Atendimento Educacional Especializado – Surdez, e a mensagem também é repassada pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), ou seja, promove a inclusão social.

O vídeo é mais uma ação das atividades que envolvem os alunos que recebem o Atendimento Educacional Especializado. A Escola Municipal Antônio Scain tem um projeto piloto voltado a promover a inclusão das crianças com surdez. A iniciativa surgiu no ano de 2018 e, desde então, a escola é referência no ensino de Libras – que integra a grade curricular.

“A ideia de promover a inclusão social do aluno surdo não é de agora”, aponta a professora psicopedagoga da Escola Municipal Antônio Scain, Elissiane Aparecida Zen do Amaral. “Em 2018, com o encerramento do atendimento na educação ofertado pela Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (Apada), os pais das crianças que eram atendidas na entidade passaram a buscar as escolas para efetuarem a matrícula. No início dessa transição, muitos alunos foram estudar em uma instituição no município de Assis Chateaubriand, depois que a Escola Antônio Scain concluiu todo o processo de reestruturação, passou a ‘respirar’ o projeto”.

Elissiane lembra que em 2018 a escola não tinha recurso humano para atender os alunos vindos da Apada. Para concretizar a proposta do projeto piloto, foi preciso reestruturar o Projeto Político Pedagógico da escola e prever a implantação da Libras como uma disciplina comum a todos os alunos.

Com a realização de edital de concurso para os cargos de professores bilíngues, o sonho de promover a inclusão dentro dos portões da escola passou a ser uma realidade. Atualmente, cada aluno (são aproximadamente oito que são participam do Atendimento Educacional Especializado do 2º, 3º, 4º e 5º anos) que estuda no ensino regular conta o trabalho do professor de apoio. Dessa forma, essa criança estuda na sala de aula com os demais colegas, participa das mesmas atividades, se comunica e está integrado no processo de inclusão social.

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO – As atividades do Atendimento Educacional Especializado acontecem no contra turno e também contempla alunos de outras escolas. Esses atendimentos são no mínimo quatro horas – um período para que os estudantes recebam o suporte nas disciplinas, tenham um espaço de conversação em libras, entre outras atividades.

A equipe pedagógica responsável faz uma avaliação do aluno e determina o período que esse estudante irá participar no Atendimento Educacional Especializado, bem como, quais disciplinas e atividades serão abordadas com ele, a fim de promover o ensino e aprendizado.

COMUNICAÇÃO DIÁRIA – Ouvir e conseguir desenvolver a fala é ter a certeza de que a comunicação poderá acontecer com mais facilidade em qualquer lugar. Contudo, nem todos nascem com o sistema auditivo perfeito ou em funcionamento. A primeira língua da pessoa surda é Libras, sendo também o principal meio de comunicação.

O ensino de Libras permite que a criança passe a adquirir conhecimento, para depois ter acesso à segunda língua que é o português e na modalidade escrita. A falta dessa ‘língua materna’ pode desencadear graves consequências para a criança no que se refere ao seu desenvolvimento intelectual e social.

“Na Escola Municipal Antônio Scain todos os alunos têm aulas de Libras. Esses encontros acontecem uma vez por semana. O ensino permite que a comunidade escolar possa trabalhar a inclusão de maneira natural. O objetivo é sermos uma escola bilíngue no futuro com Libras e língua portuguesa”, destaca Elissiane.

SENSIBILIZAÇÃO DO OUVINTE – Para a professora psicopedagoga, ensinar Libras é uma forma de abrir portas, de estreitar a comunicação, de promover a inclusão social. “A ideia de trabalhar Libras é também para sensibilizar o ouvinte, para que esse ouvinte seja sensibilizado, ou seja, se coloque no lugar da pessoa surda. O aprendizado é uma consequência do trabalho feito aqui. Na escola temos um ambiente preparado para isso, para promover esse aprendizado e notamos os avanços da inclusão, da comunicação no cotidiano que vai além da escola”, declara.

Da Redação

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