Rotatividade x vagas preenchidas: falta de mão de obra especializada é um desafio no mercado de trabalho

A falta de mão de obra especializada é um dos gargalos para alguns setores pujantes na geração de empregos. Postos de trabalho estão sem preenchimento devido à falta de candidatos com qualificação profissional desejada. As vagas existem, mas possuem exigências e visam encontrar o perfil adequado para que sejam ocupadas.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, apontam Toledo com geração positiva, ou seja, em setembro ocorreram mais contratações que desligamentos. Apesar dos números positivos, o município não está fora da realidade do país em relação a escassez de mão de obra qualidade.

“Essa dificuldade em completar o quadro funcional é um desafio para as empresas”, declara a psicóloga, Jane Patti. “No processo de recrutamento, ainda é comum que candidatos busquem a vaga mesmo sabendo que não atendem os requisitos necessários, nesse momento esbarramos na falta de qualificação e na esperança desse candidato”.

A profissional explica que o desejo em estar no mercado do trabalho faz com que os candidatos encontre formas de ‘atender’ o perfil proposto mesmo não tendo a profissionalização adequada. “É o processo de seleção, o recrutamento a porta de entrada para o mercado de trabalho, ou seja, é com base nele que o empregador vai contratar quem melhor atende as expectativas para ocupar o cargo em questão”.

A psicóloga destaca que durante o processo de recrutamento a empresa visa alocar o candidato certo na vaga adequada. “É importante que a pessoa seja sincera em relação ao currículo e as qualificações. O que encontramos muito são candidatos que citam determinadas habilidades e conhecimentos, mas no ato da entrevista, durante o processo fica evidente que não atende as especificações da vaga. E assim as vagas permanecem abertas devido à falta de mão de obra qualificada”, alerta ao acrescentar que mesmo com os incentivos ofertados de maneira gratuita, nem todos estão focados em formação de carreira.

ROTATIVIDADE X IMPACTOS – “Uma pesquisa recente aponta que Brasil ampliou a rotatividade, chegou a 82%”, comenta o diretor da Agência do Trabalhador de Toledo, Rodrigo Souza. “Esse índice é muito expressivo, especialmente, em comparação com outros países em que a média é de 38%. Percebemos que isso não é exclusividade do Toledo, do Paraná, mas sim do país”.

Na análise de Souza, essa rotatividade é reflexo da mão de obra qualidade. Ele acrescenta que as tentativas frustradas de preenchimentos das vagas impactam no custo de operação das empresas, pois elevado e recorrente número de contratações e demissões oneram o custo de operação e podem refletir no preço final dos produtos.

Cabe aos agentes e entidades que estudem e avaliem o que pode ser feito para minimizar essa carência do mercado profissional. “O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) e a Prefeitura tem promovido essas discussões em nossa região para que possamos encontrar um plano estratégico, afim de enfrentarmos esse percalço que é a falta de mão de obra”, conclui ao pontuar que existe a união de esforços para que exista profissionalização.

Da Redação

TOLEDO

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