Saúde e qualidade de vida: sedentarismo será a doença do século?

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Dados de 2023, apontam que 52% da população brasileira raramente ou nunca pratica atividade física. Os resultados são alarmantes, pois refletem diretamente na saúde e na qualidade de vida das pessoas. O corpo precisa estar em movimento para estar saudável. O sedentarismo já está em um patamar preocupante, sendo considerado por diversos especialistas como a doença do século.

“É importante entender o que é o sedentarismo”, destaca o diretor geral da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Toledo, profissional de Educação Física e mestre em Exercício Físico na Promoção da Saúde Robson Recalcatti. “O sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de atividade física. Ele é considerado por muitos estudiosos da área da saúde sendo a doença do século”.

Recalcatti explica que é considerado sedentarismo aquilo que está associado diretamente a um comportamento cotidiano decorrente dos confortos que a vida moderna traz. Ou seja, uma pessoa deve ou pode ser considerada sedentária quando não consegue gastar 2200 calorias por semanas – correspondente as 350 calorias por dia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), para saúde e bem-estar, recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana (ou atividade física vigorosa equivalente) para o público adulto. Já crianças e adolescentes, a média diária é de 60 minutos de atividade física aeróbica moderada.

ADOTAR HÁBITOS SAUDÁVEIS

Entre os caminhos que visam evitar uma vida sedentária está a adoção de hábitos saudáveis. Para Recalcatti, é essencial que a prática de atividades físicas sejam iniciadas cedo, pois irão refletir a cada nova fase da vida. Ele pontua que dos 0 aos 20 anos é o período em que são criados os hábitos saudáveis.

Na próxima fase – que vai dos 20 até os 40 anos – é que esses hábitos são reforçamos. “Depois dos 40 anos sofremos as consequências de nossas escolhas até esta idade, ou seja, de como tratamos nosso organismo. Por isso, é importante que ainda na infância, na escola, a criança tenha a aula de educação física que já vai auxiliar nesse processo de orientação quanto a importância e os benefícios da frequência da atividade física. Além disso, contribui para que quando atinja a vida adulta já tenha escolhido qual atividade física gosta mais para pratica-la”.

CONSEQUÊNCIAS DO SEDENTARISMO

O profissional alerta que a falta regular de atividade física interferem em fatores que colocam em risco a saúde e consequentemente a vida. Ele pontua que fica mais suscetível a incidência de doenças cardiovasculares, além da obesidade, da perda de massa muscular, dores nas articulares, pressão alta, doenças cardíacas, encurtamento muscular, má postura, cansaço excessivo, baixa resistência do organismo, dores muscular após esforço físico intenso, aumento nível de estresse, entre outros malefícios que o sedentarismo pode desencadear na vida das pessoas.

“São inúmeros os benefícios da prática regular de atividade física. Cito como importantes – para aquelas pessoas que praticam de 5 a 7 vezes na semana – como a redução de riscos de problemas cardiovasculares, redução de infarto, AVC, hipertensão, auxilia no controle da taxa de colesterol (aumenta o colesterol de boa qualidade), auxilia no controle da pressão arterial, ameniza riscos de desenvolver diabetes, reduz as taxas de desenvolvimento de câncer (isso associado a uma boa alimentação, é um fator no controle de peso corporal, melhora quadros de depressão, ansiedade, dentre outros transtornos psicossociais”, comenta ao salientar que existe diversos benefícios.

COMO SAIR DO SEDENTARISMO?

Começar devagar é a orientação de Recalcatti. Fazer um planejamento a longo prazo, escolher uma atividade física que promova a sensação de bem-estar e, se possível, buscar acompanhamento de profissional da área integram a combinação de fatores que propiciam sair do sedentarismo.

“Comece devagar, faça um planejamento a longo prazo, intercale os dias faça um dia sim um dia não. Não precisa iniciar com períodos longos de duração de atividades físicas, algo leve, cinco vezes na semana, uma caminhada de 30 minutos para iniciar já está bom, pois esse ganho é gradativo. Outra dica é procurar um profissional de educação física para acompanhar, neste início temos que entender que quando estamos dentro de um bom planejamento, nem sempre o que é para mais vai ser melhor”, salienta.

BEM-ESTAR PARA QUEM PRATICA

Sobre a escolha de qual atividade física deve ser praticada, é preciso levar em consideração algo que traga sensação de prazer, de bem-estar para quem pratica. Visto que a ação regular atrelada a escolha adequada ajudam a pessoa a manter o foco e não desistir.

“Temos caminhada, corrida, pedal, natação, musculação, funcional, esportes. O que é mais importante? A pessoa deve escolher algo que vai lhe agradar-lhe, dar satisfação e prazer em realiza-lo, com isso, o ganho é gradativo, condiciona a ter resultado a longo prazo. A melhor forma de obter êxito em realizar é escolher uma atividade física que agrade, ou seja, a pessoa vai optar de acordo com sua finalidade, com objetivo de força e resistência, desde que seja realizada de forma organizada, principalmente, acompanhada por um profissional que vai auxiliar”, finaliza.

Da Redação

TOLEDO

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