Sem focos de raiva na região de Toledo, Adapar reforça as orientações aos produtores

A raiva é uma zoonose que, atualmente, causa impacto econômico negativo na pecuária brasileira. O principal transmissor da raiva no ciclo do campo é o morcego hematófago Desmodus rotundus.

Os focos de raiva em cidades vizinhas, como Cascavel e Terra Roxa, tem preocupado produtores da região de Toledo e a Unidade Local de Sanidade Agropecuária (Ulsa de Toledo, que abrange os municípios de Toledo, Ouro Verde do Oeste e São Pedro do Iguaçu) da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) alerta que estes focos demonstram que o vírus da raiva está circulando junto às populações de morcegos da região, e que é necessário que os produtores estejam atentos para qualquer suspeita de ocorrência da doença nos herbívoros (bovinos, equídeos, ovinos, caprinos, etc…).

A médica veterinária e fiscal de defesa agropecuária Stela Heinemann comenta que não é necessário pânico sobre a raiva, mas ter atenção aos sinais suspeitos e que a conduta ideal é reforçar a vacinação do plantel. Protegendo o rebanho, a vacina evita que os animais desenvolvam a doença, impedindo assim a transmissão ao homem e a outros animais.

“A principal motivação de controle da raiva é o risco à saúde pública, porém o impacto econômico existe com a perda dos animais acometidos pela doença. A vacina da raiva é bastante eficiente, com uma relação custo-benefício muito boa, sendo estratégica em regiões que evidenciam a circulação do vírus, ao evitar a doença nos animais de produção e a possível transmissão à população humana”. 

NOTIFICAÇÕES – Stela cita que a Ulsa de Toledo recebe notificações costumeiramente, contudo desde 2018 não há registro de focos da doença na região de abrangência. “As notificações ocorrem e elas são muito importantes, pois demonstram que o produtor está atento ao quadro clínico suspeito e está ciente da necessidade do contato imediato à Adapar para os devidos encaminhamentos”.

A fiscal pontua que quando há a ocorrência de foco da raiva numa região, isso demonstra que há a circulação da doença na população de morcegos e não há como prever quais os animais serão atacados por um morcego portador do vírus, por isso a recomendação da vacinação de todos os herbívoros da propriedade.

PROCEDIMENTOS – Outras recomendações repassadas pela Adapar são: que o produtor esteja atento aos sinais clínicos suspeitos de raiva que os animais venham a desenvolver, tais como andar cambaleante, salivação excessiva, alterações de comportamento, dificuldade em deglutir, entre outros, devendo comunicar à Adapar imediatamente tais ocorrências; utilizar a pasta vampiricida nos animais com sinais de mordedura pelo morcego hematófago; caso o produtor tenha conhecimento de um possível abrigo dos morcegos, informar à Adapar para verificação in loco. “Se o animal suspeito vier a óbito, notificar à Adapar imediatamente para que se realize a colheita de material para diagnóstico laboratorial”, explica a médica veterinária.

Stela enfatiza que esses procedimentos devem ser rotina para os criadores de animais. “A raiva é uma doença que não pode ser erradicada, porém é possível prevenir e agir para conter a disseminação da doença entre os animais”.

No atendimento à notificações, os técnicos da Adapar vão orientar o criador e, caso necessário, coletar material para diagnóstico laboratorial. Nas propriedades onde o produtor identifique um abrigo de morcegos, será verificado se são hematófagos e demais procedimentos. “Não precisa identificar a espécie de morcegos que habita aquele abrigo, mas deve informar a Ulsa da Adapar e nós vamos fazer a verificação e os procedimentos necessários. Em caso de abrigos localizados na área urbana, deve-se contatar a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde para buscar orientações”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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