Clima seco adianta a colheita de soja e gera queda na produção

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A estiagem que ocorreu em meados de dezembro e janeiro prejudicou a produção de soja, o principal produto agrícola do Paraná. A falta de chuva aliada a baixa umidade do ar nesse período adiantou a colheita do grão e refletiu na produção.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), na Regional de Toledo, no relatório de dezembro de 2024 a projeção da safra 2024/2025 era de 1.800.197 toneladas de soja. No levantamento de janeiro de 2025, há uma alteração para 1.599.621, uma queda de 13% em relação ao esperado.

“Ainda assim é uma safra boa. Em 2023/2024 tivemos uma produção de 1.515.000 toneladas. No começo deste ano tivemos um período sem chuvas e isso interferiu nos resultados iniciais. O clima seco adiantou a colheita em aproximadamente 15 a 20 dias”, comenta o técnico Paulo Oliva.  

Na Regional de Toledo, a área plantada de soja é de 493.205 hectares. Cerca de 90% já foi colhido. Oliva cita que o restante poderá ser finalizado em uma semana. A condição climática também interferiu na produtividade das lavouras. “Tivemos algumas áreas com produtividade de 50 a 190 sacas de soja por alqueire por conta da irregularidade das chuvas”, cita ao complementar que o produtor rural fez todo controle fitossanitários nas lavouras de soja.

MILHO SAFRINHA – E as pancadas de chuva de verão que ocorreram nas últimas semana favorece o início do plantio do milho segunda safra. Para a Regional de Toledo, a área destinada a essa cultura é de 462.000 hectares. Oliva enfatiza que cerca de 50% desta área já foi semeada.

“Nós temos uma janela boa porque o zoneamento vai até final de fevereiro. Temos uma projeção de 3.164.700 tonelada para milho safrinha em uma condição normal de clima”, esclarece.

O técnico do Deral lembra que o fenômeno La Niña ainda pode interferir nas condições climáticas neste ano, porque ele provoca secas e temperaturas mais elevadas na região Sul do país. “Poderemos ter menos chuva durante todo o ciclo da safra por conta do efeito do La Niña”, enfatiza Paulo Oliva.

ESTADO – Em todo o Paraná, segundo o Boletim Conjuntura Semanal (05/2025), a produção de soja foi reavaliada para 21,3 milhões de toneladas. Isso representa uma quebra de 4% em relação às 22,3 milhões de toneladas previstas inicialmente, ainda que supere em 15% as 18,5 milhões de toneladas obtidas no ano passado. De acordo com o levantamento, até a data da publicação do Boletim (30/01/2025), já foram colhidos cerca de 18% dos 5,77 milhões de hectares.

De acordo com o Boletim de Condições de Tempo e Cultivo (21 a 27 de janeiro de 2025), onde ocorreram, as chuvas foram importantes para o desenvolvimento da cultura da soja, mas também favoreceram a ocorrência de doenças. A colheita continua avançando nas regiões mais quentes e vai chegando ao final em alguns municípios mais afetados pela seca.

“Nas lavouras plantadas mais cedo, que estão em fase final de maturação e início de colheita, os rendimentos estão dentro da faixa esperada ou ligeiramente abaixo. Já as lavouras plantadas mais tarde, que ainda estão em fase de frutificação e enchimento de grãos, têm expectativa de maior quebra onde as chuvas estão mais escassas. Considerando o estágio atual da cultura, mesmo com o retorno das chuvas, a expectativa de recuperação das lavouras é baixa. Outra parte importante das lavouras ainda apresenta bom potencial, inclusive com colheitas acima do esperado”.

Já o plantio do milho de inverno (safrinha), o levantamento aponta que está ocorrendo lentamente devido à irregularidade das chuvas, e algumas áreas plantadas enfrentam dificuldades com a germinação. “O replantio de algumas áreas já é uma possibilidade. O plantio foi acelerado nos municípios onde o zoneamento se encerra no dia 30, e também em áreas onde as chuvas foram mais abundantes. O aumento na área semeada foi maior do que o estimado anteriormente, e só não será mais expressivo devido à falta de sementes”, cita o documento.

Da Redação

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