Sustentabilidade no turismo religioso: artesãos transformam resíduos em esculturas sacras

Com a pandemia muitos empreendedores e artistas tiveram que se reinventar para manterem seus negócios e paixões vivos. Foi exatamente o que aconteceu com dois amigos, Nilce Vissotto, terapeuta e artista plástica autodidata, de 48 anos, e Derlei das Graças, microempreendedor e artesão de 37 anos. Com as vendas em queda, eles uniram seus talentos e paixões para criar um projeto inovador: transformar resíduos de velas em esculturas.

A ideia surgiu há cerca de dois meses quando Derlei, teve a inspiração de criar esculturas com parafina. Nilce, que também é aroma-terapeuta, viu a oportunidade de incorporar a essência às peças, tornando-as ainda mais especiais. E o material? Vem do velário do Monumento de Nossa Senhora Aparecida, mostrando que é possível reaproveitar o que seria descartado, de maneira criativa.

O processo de criação das esculturas é meticuloso e envolve vários passos. Primeiro, a parafina é derretida até atingir o estado líquido, em seguida, passa por um processo de peneiração para remover impurezas. Posteriormente, a parafina limpa é, então, despejada em um recipiente para esfriar. Uma quantidade é separada para tingimento e aromatização, tornando cada escultura única. Em seguida, é cuidadosamente despejada em moldes de silicone, onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida, flores e copos estão esculpidos.

Derlei e Nilce compartilham a responsabilidade da produção. Enquanto Derlei se concentra em produzir as esculturas, Nilce é a encarregada dos acabamentos, fazendo lixamento, pintura e aromatização das peças, garantindo que cada uma delas seja uma obra de arte única. Desde o início do projeto, Nice e Derlei reutilizaram mais de 20kg por semana, na produção de impressionantes 500 peças. Durante as celebrações, que ocorrem entre 3 e 12 de outubro, mais de 400kg de velas são queimadas no Monumento.

Este projeto vai além das esculturas e das vendas. Nilce e Derlei têm planos ambiciosos para o futuro. Eles desejam que o artesanato seja uma forma terapêutica e relaxante para as pessoas, permitindo que expressem sua criatividade e individualidade. “Queremos ajudar na conscientização da sociedade de que nem tudo precisa ser descartado no lixo, podendo ser reciclado e transformado em algo novo e belo” – comentam os artesãos.

“Esse projeto é um exemplo inspirador de como a criatividade e a amizade podem transformar resíduos em obras de arte terapêuticas e conscientizar sobre a importância da reciclagem. A iniciativa de Nilce Vissotto e Derlei das Graças não apenas trouxe uma nova perspectiva para suas vidas, mas também contribui para tornar o mundo um lugar mais sustentável e inspirador” – revela a prefeita Cleide Prates.

MUNICÍPIO DE ITAIPULÂNDIA

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