Toledanos participam da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia
Ex-estudantes do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre participam da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A 22ª edição acontece na USP, na capital paulista, de 18 a 22 de março.
A Febrace é a maior mostra nacional de projetos de Ciências e Engenharia, desenvolvidos por estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Os trabalhos finalistas foram selecionados entre 500 semifinalistas, escolhidos em uma etapa anterior, feita a distância, na qual foram avaliados os 2.900 projetos inscritos, um número recorde considerando os 22 anos da Febrace. São 226 projetos finalistas nesta edição.
A agente educacional Dionéia Schauren é coordenadora do Clube de Ciências do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, que se tornou um verdadeiro polo de pesquisadores juniores com destaque em congressos e feiras nacionais e internacionais. De acordo com Dionéia, o Clube participa pelo oitavo ano da Febrace. Ela recorda que quando o processo de seleção foi iniciado, o Colégio teve três trabalhos selecionados para a fase virtual. A segunda etapa aconteceu em janeiro deste ano.
Foram duas semanas com avaliações. Neste período, os estudantes apresentaram as pesquisas para um grupo de avaliadores. Em fevereiro, a organização apresentou os resultados dos trabalhos selecionados e duas pesquisas foram selecionadas para a etapa presencial.
Ao todo 15 estudos científicos foram selecionados no Paraná. Deste total, três são de Colégios Estaduais e dois do Clube de Ciências do Jardim Porto Alegre. “As pesquisas escolhidas são de estudantes que concluíram o Ensino Médio no ano passado. Neste ano, eles já ingressaram no Ensino Superior”, afirma a coordenadora do Clube.
PESQUISAS – Uma das pesquisas é de Gabrieli Monique Campos. O projeto é intitulado como “Biofilme: uma alternativa na conservação de vegetais in natura com o uso de extratos vegetais no cultivo de patógenos – Fase V”.
O estudo apresenta soluções eficazes para a agricultura, principalmente, o que está relacionado a conservação de alimentos. A coordenadora do Clube de Ciências explica que o estudo está no quarto ano. “Gabrieli produziu um biofilme (película que reveste as frutas), com a finalidade de retardar o apodrecimento”.
A estudante ainda diversificou os tipos de biofilmes e associou a um extrato vegetal. O objetivo é retardar o fruto e inibir o processo de ação dos fungos. Com esse processo, os frutos apresentaram maior durabilidade. Exemplo: as maçãs ficaram quatro meses no laboratório. Neste tempo, as frutas desidrataram, mas não estragaram.
A segunda pesquisa selecionada é “Hovenis Dulcis: uma alternativa no controle da antracnose – Fase IV”. É um produto para controle de fungos na produção de frutas e de legumes de autoria do estudante Alisson Rodrigo Klauck. Inclusive, o produto poderia ser usado no pós-colheita, nas prateleiras do supermercado. Conforme Dioneia, o aluno trabalhou com um extrato vegetal proveniente da árvore Uva do Japão. “Os testes foram benéficos no laboratório e eles avançaram para o campo. Ele avaliou o uso do extrato em jiló, beringela, tomate e pepino e conseguiu controlar em 100% o fungo antracnose”.
INTELECTUAL – A diretora do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre Cleide Campos de Lima enaltece a participação dos ex-alunos na Feira. Para o diretor auxiliar José Amilton da Silva Carraro, os estudantes que estão no Clube de Ciências ou que já passaram por ele adquirem um amadurecimento intelectual no Ensino e na Extensão. “Existe uma rotina diferenciada nos estudos dos jovens. Assim, eles acompanham suas pesquisas e ainda administram o calendário escolar”.
Dioneia enfatiza a importância em participar de Feiras e eventos relacionados a iniciação científica. “Ter o nosso trabalho selecionado para uma atividade é sensacional. As aprovações dos trabalhos mostram a dedicação de cada estudante”.
Ela complementa que os alunos apresentam suas pesquisas com facilidade. “Enquanto escola pública desenvolver um estudo reconhecido é gratificante, pois o Colégio incentiva a conclusão do Ensino Médio e, principalmente, prepara cada estudante para a vida, para ser um profissional de destaque na sociedade”.
Como nos anos anteriores, a Febrace deve selecionar nove projetos para a Regeneron ISEF 2024, a maior competição internacional do gênero, que acontecerá em Los Angeles (EUA), entre 11 e 17 de maio próximo.
Da Redação
TOLEDO