No mês de março foram criados 541 empregos com carteira assinada em Toledo. As vagas abertas são resultado de 3.057 contratações e 2.534 desligamentos. No acumulado do ano, o saldo é de 2.136 novos postos de trabalho criados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
Os setores da economia que registraram saldo positivo em março foram o de Serviços, com 370 novas vagas distribuídas principalmente nas atividades administrativas, de transporte, armazenamento e correio, alojamento e alimentação, informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e profissionais; e da Indústria com 102 novas vagas.
O setor da Construção Civil também se destacou em março com a abertura de 99 novas vagas de trabalho. Por sua vez, os setores do Comércio e da Agropecuária tiveram um cenário negativo na contratação de novos trabalhadores com saldo de -17 e -13, respectivamente.
RECUPERAÇÃO – Para o economista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, Jandir Ferrera de Lima, o setor de Serviços se recupera das perdas da pandemia. No entanto, o economista pondera que o setor ainda está abaixo das expectativas e o que tem afetado a atividade é a crise inflacionária. “Isso tem limitado o poder de compra dia trabalhadores, que cortam os serviços para poderem economizar”.
Por outro lado o setor da Indústria está positivo em Toledo. Contudo, ainda sofre com a falta de qualificação e disponibilidade de mão de obra. “Os serviços de mais alta qualificação também estão com problemas de oferta de mão de obra. Como o rendimento do trabalho em Toledo é um dos mais baixos da região, a concorrência de outros municípios tem atraído trabalhadores de Toledo”, complementa.
DIFERENCIAL – Com exceção dos meses de dezembro de 2020 e de 2021, em que o município teve saldo negativo na contratação de trabalhadores, desde maio de 2020 Toledo tem apresentado resultados positivos na geração de emprego, mesmo durante os períodos mais difíceis da pandemia da Covid-19.
Para o economista o perfil agroindustrial e exportador da economia de Toledo tem ajudado no ambiente de crise nacional e internacional. “O agronegócio continua aquecido e o setor de alimentos continua mantendo seu dinamismo, pois exporta os excedentes que não são consumidos no mercado interno”, explica o especialista.
ESTIMATIVAS – Para o restante do ano de 2022, com um cenário de Eleição e as influências dos conflitos internacionais, o economista acredita que a movimentação do mercado de trabalho interno poderá sofrer interferências.
“O cenário econômico nacional e internacional tem afetado os custos de produção e consequentemente inflacionado a economia interna. Além disso, o câmbio tem sido desfavorável aos consumidores. O cenário eleitoral pode afetar o câmbio. Quanto mais desvalorização do real, maior a pressão nos preços. Isso tem prejudicado a retomada do setor de Serviços, porque as famílias têm dedicado cada vez mais renda aos gastos com alimentação e energia, com isso sobra pouco para lazer e serviços”, finaliza o economista.
Da Redação
TOLEDO
