Toledo tem pior cobertura vacinal dos últimos anos

O inverno se aproxima e com ele o agravamento das doenças respiratórias. A gripe H1N1, provocada pelo vírus de mesmo nome, também se torna mais presente nesta época do ano. Ela requer cuidados e muita atenção. É preciso ficar atento a alguns sinais para procurar ajuda médica.

O enfermeiro do setor de Vigilância epidemiológica (SCVGE) da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Marcos Cardoso dos Santos explica que os sintomas da H1N1 se confunde aos sintomas dos outros vírus respiratórios e até com SARS-COR2 (Covid-19) sendo comum febre, dor de garganta, rouquidão, coriza, mal-estar, calafrios, dor de cabeça e no corpo e ainda tosse.

“Apesar de comum o H1N1 é pouco diagnosticado, pois além de ter sintomas parecidos entre as várias doenças respiratórios, também não é rotineiro o exame para sua detecção”.

Ele esclarece que os casos que requer coleta de material para análise diferencial das patologias respiratórias são em paciente internado com sintomas respiratórios, óbitos de pessoas que tiveram sintomas ou em unidade sentinela do qual se coleta cinco amostras aleatórias toda semana em pessoas que apresentam os sintomas. “Esta coleta é exatamente para identificar qual o tipo de vírus que circula no país e servirá para a produção de vacina. Em Toledo a unidade sentinela é o Pronto Atendimento Municipal Doutor Jorge Nunes (PAM/Mini Hospital)”, complementa.

TRANSMISSÃO – O vírus é transmitido de forma direta, por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, tossir ou falar; e também de forma indireta, quando há contato com superfícies contaminadas quando a pessoa leva as mãos com o vírus até a boca, nariz e olhos.

Marcos Cardoso enfatiza que os mais vulneráreis são as gestantes, puérperas, idosos, crianças menores de cinco anos de idade, população indígena aldeada ou com dificuldade de acesso, indivíduo com doenças pulmonares e cardíaca, pessoas com sistema imunológico deprimido e obesos.

Algumas medidas preventivas simples são importantes para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, entre elas a vacinação anual contra a Influenza, o uso de máscara, a lavagem das mãos constantemente, a utilização de lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, evitar tocar os olhos, nariz e boca.

Também deve evitar compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, deve manter os ambientes bem ventilados, evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de Síndrome Gripal, evitar aglomerações e ambientes fechados e adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

TRATAMENTO – O enfermeiro comenta que o tratamento é realizado conforme os sintomas do paciente e através do antiviral (Oseltamivir), o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 48 horas de início dos sintomas, em todos os casos de síndrome gripal que tenham condições e fatores de risco para complicações.

“Na maioria das pessoas pouco se diferencia a H1N1 das outras síndromes gripais, mas o H1N1 tem um potencial maior de causar complicações para o infectado, mas isso depende mais de fatores individuais e de pessoas que já apresentam comorbidade, imunodeprimidos, gestante e idosos”, conclui.

Influenza: 20ª Regional de Saúde apresenta baixa cobertura vacinal

Há cinco dias para encerrar a 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, a 20ª Regional de Saúde de Toledo apresenta a pior cobertura vacinal dos últimos anos. Com uma população alvo de 122.705, dados referentes aos grupos mais vulnerareis, 1.312 tomaram a 1ª dose, 270 a 2ª dose e 40.413 tomaram a dose única, o que representa uma cobertura vacinal de 33,86%. O preconizado pelo Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos elegíveis.

Lançada pelo Ministério da Saúde, a Campanha começou no dia 10 de abril e segue até o dia 31 de maio de 2023. No entanto, a enfermeira do setor de Vigilância epidemiológica (SCVGE) da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Pricila S. C. Teixeira comenta que o Estado do Paraná antecipou o início da Campanha para o dia 28 de março, considerando que na região Sul do país com as mudanças climáticas a chegada do frio acontece mais cedo.

“A Influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e óbitos na população-alvo”, pontua.

Pricila esclarece que a vacinação contra a Influenza permite, ao longo do respectivo ano, minimizar a carga e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários além de reduzir sobrecarga sobre os serviços de saúde. “Os sintomas da Influenza também podem ser confundidos com os da Covid-19, então a vacinação ajuda/auxilia também no diagnóstico diferencial de pessoas com sintomas respiratórios”, complementa.

MOBILIZAÇÃO – No dia 15 de abril houve o Dia D de Vacinação, com mobilização estadual onde todos os municípios trabalharam para ofertar a vacinação para população, especialmente para aquelas pessoas que tem dificuldade de procurar o serviço/salas de vacina durante a semana, em horário comercial. A enfermeira Pricila Teixeira enfatiza que além dessas ações, a 20ª Regional de Saúde tem orientado os municípios para realizar estratégias de vacinação diferenciada como, horário estendido durante a semana, abertura de salas de vacinas nos sábados, vacinação extra-muro, além da busca ativa dos faltosos, especialmente dos grupos prioritários da campanha de vacinação.

E desde o dia 15 de maio a vacina foi liberada para a população não vacinada a partir de seis meses de idade a depender do estoque existente da vacina e da estratégia definida pelas Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde.

Da Redação

TOLEDO

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