Tragédia na C.Vale: PC aguarda laudos e pode estender o prazo do inquérito policial
A equipe da 20ª Subdivisão Policial de Toledo (SDP) – que investiga as causas da explosão ocorrida em silo graneleiro na C.Vale – segue com os trabalhos. Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de quinta-feira (24), o delegado responsável pela investigação do acidente, Rodrigo Baptista Santos, trouxe atualizações em relação ao andamento dos trabalhos que envolvem o inquérito policial.
Santos lembrou que no próximo sábado, dia 26, completa um mês do ocorrido e que o inquérito foi assumido pela 20ª SDP dois dias após a explosão. Ele destaca que desde o início dos trabalhos a equipe está empenhada e vem se dedicando exclusivamente a essa investigação.
“Nos dedicamos, primeiramente, em fazer as oitivas de pessoas envolvidas mais diretamente ao fato. Em um segundo momento passamos para o núcleo do sindicato que era os empregadores das vítimas, não era a C.Vale e sim o Sintomege. Já estamos na equipe de pessoas relacionadas a cooperativa em si, vários ofícios foram expedidos buscando informações, por exemplo, organograma da empresa para podermos entender quem era responsável por cada setor, função de cada um, o que cada um era responsável, as manutenções relacionados a segurança do trabalho”, explicou.
O delegado pontuou que tais ofícios retornaram com as respostas e agora a equipe produz os relatórios referentes a isso. Em relação aos laudos periciais do Instituto de Criminalística, ele comentou que a PC aguarda os dois laudos: a princípio um é do local de morte (com o apontamento do local em que cada corpo estava e as condições de cada vítima); já o segundo laudo se refere a engenharia (mais propriamente dito sobre a explosão, o que ocasionou a explosão quais foram os elementos que levaram aquele fato ocorrer).
INDENTIFICAR SE HOUVE OU NÃO RESPONSÁVEL – “O que cabe a Polícia Civil é identificar se há ou não responsável para que aquela explosão tenha ocorrido, se alguém concorreu com a algum tipo de culpa para o fato do laudo, por isso, é importante esses laudos serem concluído”, declarou ao citar que ainda não é possível precisar a data de conclusão por parte do Instituto de Criminalística, contudo, o de morte deve ficar pronto antes do que o de engenharia diante da complexidade e das muitas normas técnicas que precisam ser estudadas.
Santos salientou que a PC adotou uma linha de investigação bem delineada. “A equipe tem plena noção do que aconteceu, só que dependemos dessa perícia para corroborar com os laudos que já temos. Há ainda cerca de dez pessoas a serem ouvidas, já foram ouvidas mais de 20 pessoas, mas estamos em um momento mais oportuno, porque temos que ter os elementos para fazermos as perguntas certas para essas pessoas, por isso, da confecção dos relatórios e aguardando respostas de alguns ofícios”.
ESTENDER O PRAZO DO INQUÉRITO – De acordo com o delegado, como não tem réu preso é possível estender o prazo do inquérito policial, que não há problema quanto a isso, e salientou que as diligências estão em andamento. “Nós temos noção do que ocorreu para acontecer a explosão em relação a poeira dos grãos, porque aquela situação estava daquela forma, se alguém falhou em fazer uma manutenção exemplo clássico: o sistema de exaustão funcionava ou não funcionava da forma correta é esse a nossa linha de investigação para que possamos apontar no final do inquérito se alguém será ou não indiciado, porque agiu com negligencia ou imperícia ou qualquer outro elemento da culpa. A falha mecânica pode ocorrer por um vício do produto ou por uma falta de manutenção, por uma aplicação incorreta em um local incorreto esse é o sentido de nossa investigação”, acrescentou.
VERIFICAÇÃO DOS TREINAMENTOS – O delegado declarou que a equipe também está em contato com o Ministério do Trabalho para verificar sobre o treinamento desse pessoal. Ele comentou que, a princípio, foi fornecido todos os certificados, mas é preciso verificar esses certificados, como foram aplicados esses treinamentos para que a PC possa também não só em relação a Cooperativa C.Vale, mas também ao núcleo do Sindicado apurar ou não alguma responsabilidade.
“O treinamento teórico acontecia no Sindicato e o prático na C.Vale. A reponsabilidade do treinamento era do Sindicato – que tem mais de 30 anos de atuação na região – são trabalhadores avulsos que chamam e era aplicado por um técnico de segurança do trabalho do Sindicato o qual assinou os certificados”, pontuou ao acrescentar que a C.Vale tem cooperado com as investigações, prontamente, e fornecem toda a documentação de forma bem ágil.
Da Redação
TOLEDO