Variação total da cesta básica individual foi de -0,87% entre nov e dez de 2022 em Toledo

A margarina foi a vilã da cesta básica de Toledo com o maior aumento em dezembro do ano passado, chegando a 34,81%. O feijão também apresentou aumento no seu preço (14,96%), em razão da menor oferta do grão de qualidade. Assim como o arroz que apresentou o terceiro maior aumento (9,70%), que ocorreu em função de uma maior demanda, interna e externa (Dieese, 2022). Esses dados fazem parte da pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo referente ao mês de dezembro de 2022 e divulgados nesta semana. O estudo é coordenado pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Toledo. A pesquisa também faz parte de um convênio entre a Universidade e a Prefeitura local.

Enquanto a margarina apresentou o maior aumento na pesquisa da cesta básica de Toledo, o leite foi o produto que apresentou a maior queda de preço entre novembro e dezembro (-12,12%). A maior oferta de leite no campo e os altos preços dos laticínios reduziram os valores praticados (Dieese, 2022). Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de dezembro de 2022 foi de -0,87%.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional e da pesquisa, professora Dra. Crislaine Colla, a redução do preço da carne, do leite e da banana apresentaram maior impacto para a redução do índice. “O aumento do preço da margarina e do feijão impediu que a redução do índice fosse ainda maior”.

NO ANO – Nos últimos 12 meses, os produtos que apresentaram maior aumento de preços foram: a margarina, que acumulou aumento de 55,02%; a batata, que aumentou 43,46%; o pão francês, que aumentou 30%; a farinha de trigo, com incremento de 28,67%; a banana, com aumento acumulado de 27,05% e o leite com incremento de 19,04%.

Crislaine observa que apenas três produtos apresentaram variação acumulada negativa nos últimos 12 meses, como o feijão, com uma redução de – 3,14%; o óleo de soja, que reduziu -3,55% e o açúcar, que reduziu -18,52%.

Ela explica que no ano passado houve queda na oferta global de trigo, também resultado do confronto entre Rússia e Ucrânia, o que reduziu a exportação do grão pelo Mar Negro. Além disso, o clima também foi desfavorável à produção em diversos países. “Com a demanda firme pelo trigo, os preços aumentaram, o que repercutiu nos derivados vendidos nas capitais do Brasil, fatores responsáveis pelo aumento do preço da farinha de trigo e do pão francês”.

Com relação à batata, em 2022, houve períodos de queda nos preços, principalmente em julho, devido à maior oferta de tubérculos, mas, na maior parte do ano, a incidência de pragas e o clima reduziram a quantidade ofertada.

Sobre a trajetória do preço do leite, Crislaine menciona que o volume de leite no campo foi menor por causa dos altos custos de produção e também do clima desfavorável, que provocou seca intensa no segundo trimestre e início do terceiro, atrapalhando as pastagens. “Em contrapartida, as indústrias de laticínios tiveram que pagar mais pela matéria-prima, o que elevou os preços no varejo (Dieese, 2022)”.

VARIAÇÃO – O custo da cesta básica de Toledo teve uma redução de -0,87% entre novembro e dezembro do ano passado. Com o resultado, a professora explica que houve uma redução após dois meses seguidos de aumentos no custo da cesta básica. Quando a pesquisa foi iniciada no município de Toledo, em abril de 2021, a cesta básica custava R$ 488,61 e em dezembro de 2022 a cesta passou a custar R$ 614,46.

“É possível observar a volatilidade no custo da cesta básica neste período e com diferentes variações ao longo do ano. Nos dois primeiros meses do ano de 2022 observou-se uma redução no custo, ainda que pouco significativa. Nos dois meses seguintes, março e abril, se verificou um aumento significativo do custo da cesta básica, que passa de R$ 554,22 em janeiro para R$ 642,80 em abril de 2022. Em maio e junho se observa dois meses de redução, seguido de um aumento em julho. Em agosto e setembro novamente o custo da cesta básica apresenta redução e volta a crescer significativamente em outubro e em menor escala em novembro. No mês de dezembro se observa novamente uma redução, ainda que com um índice menos significativo”, destaca a coordenadora

Como reflexo da redução de -0,87% do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, esta passou de R$ 619,83 em novembro para R$ 614,46 em dezembro de 2022. “Assim como ocorreu com o custo da cesta básica, verificou-se redução do percentual do salário mínimo líquido que é necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta, constatando que seria necessário 55,29% do salário mínimo em novembro e 54,81% para a mesma cesta em dezembro do corrente ano”, pondera Crislaine.

A pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo já ocorre há 21 meses. A professora comenta que o estudo se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa. “Além de contribuir para a identificação das variações no poder de compra do consumidor, que vem se deteriorando de forma expressiva no período analisado. Dessa forma, Toledo, de modo geral, segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica”, finaliza a coordenadora da pesquisa.

Da Redação

TOLEDO

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