Vereadores de Toledo aprovam reajuste de 5% para próxima legislatura

A sociedade compareceu em ‘massa’ para acompanhar, na última segunda-feira (26), a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Toledo. Em pauta, a votação em segundo turno do Projeto de Lei nº 90 de 2023, que dispõe sobre o subsídio dos vereadores para o período de 2025/2028. A matéria rendeu muita polêmica durante a semana passada, já que foi aprovada por maioria em primeiro turno.

Conforme o PL 90/2023, o salário dos vereadores em Toledo passaria a ser de R$ 16.098,01 em 1º de janeiro de 2025, indo para R$ 16.724,24 em 1º de março de 2025 e a R$ 17.387,32 em 1º de março de 2026.

O JORNAL DO OESTE trouxe a mobilização de entidades. A Coluna do Editor abordou essa temática na semana passada. Na edição do JORNAL DO OESTE do dia 21 de junho, o editor-chefe Márcio Pimentel disse que “sobre essa questão do aumento de salários dos agentes públicos, eu particularmente tenho a seguinte opinião: deveria ser feito através de projeto de lei onde o aumento seria atrelado ao índice de inflação oficial, por exemplo, o INPC…se o INPC deu 5% o aumento seria de 5% automático aí acabava com essa confusão”.

ENCAMINHAMENTOS – A sessão ordinária começou com os ânimos exaltados para quem estava no plenário. Quem participava da sessão apresentou sua opinião sobre os assuntos abordados em alguns momentos. Já, a mesa diretora explica que os participantes não deveriam se pronunciar e a sessão foi suspensa.

O PL nº 90 de 2023 voltou ao debate. Primeiramente, os vereadores votaram a necessidade da matéria retornar para as comissões. Os parlamentares votaram pelo andamento do projeto ontem. Na sequência, uma emenda modificativa foi apresentada. Ela reajusta em 5% os salários, aquele sugerido pelo editor do JO. O reajuste vale para 2024-2025 e não haveria reajuste em 2026, 2027 e 2028. A emenda foi aprovada por maioria dos vereadores (11 a 6). Com votos contrários dos parlamentares Chumbinho Silva, Damião Santos, Genivaldo Paes, Valtencir Careca, Pedro Varela e Roberto de Souza.

O vereador professor Oseias Soares disse que o aumento sugerido no primeiro turno estava fora da realidade. “Não votamos contra os médicos e não nos furtaremos em abordar esse tema com essa categoria, porque precisamos buscar uma saída relacionada ao salário dos médicos. Precisamos ter esse debate”.

Sobre o salário dos vereadores, Oseias disse que procurou compreender o clamor da sociedade. “A emenda proposta agrada, pois ela não vai ao extremo. Inclusive, essa emenda deveria se chamar Emenda Márcio Pimentel, porque ele sugeriu esse índice em sua Coluna. Sou favorável ao PL com a emenda”.

O editor do JORNAL DO OESTE Márcio Pimentel enfatiza que escreveu na Coluna que o aumento deveria ser o índice de inflação oficial. “Foi possível observar que foi realizado um ajuste para que essa proposta ficasse adequada aquilo que prevê a legislação”.

Pimentel avalia que se sente feliz por essa atitude do Legislativo. “Isso demonstra a humildade de cada vereador em perceber o momento pelo qual passa a sociedade. Também demonstra que a pressão popular é importante. Além disso, é preciso que as pessoas se envolvam mais nas decisões políticas e cobrem mais dos seus representantes”, pontua o editor ao complementar que se sente orgulhoso em poder como cidadão ter contribuído para uma proposta “que encontra de certa maneira o bom senso e equilíbrio que precisamos nas decisões públicas. Reforço ainda a importância do JORNAL DO OESTE na construção da história de nossa cidade. Nosso papel não é apenas de criticar, e sim, apontar caminhos que possam levar a solução de problemas”.

MAIS POSICIONAMENTOS – O vereador Gabriel Baierle votou favorável a emenda. “É obrigação nossa votar, pois o Federal nos obriga a fixar o subsídio. A emenda traz um índice justo”. O parlamentar professor Oseias enfatiza a necessidade de fixar o salário entre uma legislatura e outra. “Agora, o reajuste precisa ser coerente e isso aconteceu. Nós devemos melhorar, inclusive, os salários da sociedade”.

O vereador Valdomiro Bozó disse que foi favorável ao Projeto de Lei no primeiro turno. “A matéria foi abordada com as lideranças. O único vereador que se posicionou no Colégio de Líderes foi Chumbinho. Eu fiz uma emenda com o vereador Genivaldo e nenhum parlamentar quis assinar. Tem muita gente que gosta de ‘jogar para a torcida’. Eu conversei com as pessoas”.

Sobre esse assunto, o parlamentar Oseias afirma que “não se ganha com os sofrimentos dos outros. Você votou com consciência e nenhum dos líderes aprovou. O PP votou contra na mesa e nos líderes”.

O vereador Chumbinho Silva agradeceu as palavras do parlamentar Bozó. “Sempre me posicionei contrário. Os enfermeiros e os ACSs também aguardam pelos seus reajustes salariais. O reajuste não é algo para fazer sensacionalismo. Eu poderia ter usado o assunto como ‘palanque eleitoral’. Mas sou contra isso. Eu não assinei a emenda, mas sou favorável pela redução. Vereador não é profissão, nós fazemos um trabalho pelo povo e somos remunerados por isso. Cada vereador possui sua ocupação”.

Segundo o parlamentar Valtencir Careca, o aumento de R$ 700 para o salário de um vereador em cinco anos é considerado bom. “Acho justo apesar de ter votado contra. Eu aprendi a servir o outro; quis ser vereador para ajudar a população e não é demagogia. Vivo muito bem e sou feliz. Eu gosto de servir, com caráter, honestidade e amor ao próximo. Continuaria sendo vereador independente de qualquer salário”.

O vereador Jozimar Polasso disse que participou de todas as discussões. “Votei com a minha consciência. Tudo o que estudei e o que conversei com a população e minhas bases, tanto no primeiro turno como no segundo turno. Votei com a minha consciência”.

Agora, a expectativa é que um Projeto de Lei sobre o aumento do prefeito, vice e secretários para a próxima legislatura deve dar entrada na próxima sessão ordinária (3), já que a preocupação do salário do prefeito é um limitador ao pagamento dos salários dos servidores.

Da Redação

TOLEDO

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